O CFM na contra-mão da História
A tentativa de estabelecer comando sobre o conjunto de profissionais da saúde tem levado conselheiros e colaboradores do CFM a cometer absurdos que estão publicados na homepage daquela autarquia. É grave utilizar-se de recursos públicos para cometer tanto desrespeito aos profissionais e à sociedade brasileira, utilizando armadilhas retóricas para tentar convencer a todos; espera-se que apenas os desavisados e os indoutos mordam a isca.
Vejamos os absurdos mais recorrentes:
1. Divulgam artigos tentando esclarecer “o que não é medicina”, como se fosse pejorativo ou desvantagem não ser médico, ou ainda, induzem um jogo de palavras levando os leitores a suspeitar de que os profissionais de saúde desejassem fazer medicina ou ser médicos.
2. Chamam o fisioterapeuta, o psicólogo, o fonoaudióglogo e demais profissionais de saúde de “Profissionais de saúde não-médicos”. O Conselho Nacional de Saúde reconhece 14 profissões da área da saúde mas nunca se referiu às mesmas como “não-medicina”. Todas têm nome. Trata-se de exuberante narcisismo classificar os profisisonais como médicos e não-médicos. Existiriam os fisioterapeutas e os não-fisioterapeutas? Aí os médicos bateriam todos os recordes de titulação: seriam não-fisioterapeutas, não-enfermeiros, não-fonoaudiólogos, não-psicólogos. Corporativismo descabido.
3. “O mero esforço de tratar um enfermo não é Medicina”. Outra obviedade; todos sabem que não é. Tratar com ações de enfermagem é enfermagem, tratar com ações fisioterapêuticas é Fisioterapia, enfim, nenhum destes outros atores da saúde têm pretensões, que não aquelas alvo de suas próprias intervenções.
4. “O esforço que um profissional não-médico faça para tratar alguém, mesmo que eficaz, honesto e bem intencionado, não é Medicina”
5. “Nem todo diagnóstico é diagnóstico médico” (...) “Em primeiro lugar, é necessário divulgar que nenhuma das outras profissões da área de saúde, à exceção da Odontologia, possui a prerrogativa de diagnosticar doenças.”
6. “Fonoaudiologia, fisioterapia e terapêutica ocupacional não são medicina”. É desnecessário e desonesto tentar manipular o senso comum, uma vez que tais profissões ocupam seus próprios espaços e não têm pretensões de exercer a Medicina.
7. “A psicologia não é a medicina da mente”. Segue o mesmo mote.
Portanto, a política do CFM de utilizar procedimento depreciativo como pude presenciar por diversas vezes em fóruns nacionais e no próprio site do CFM como ilustrado acima, pelos senhores Dr. Mauro Brandão (RJ) e Dr. Edson de Oliveira Andrade (AM) em cândido discurso, é anti-social, anti-profissional e semeadora de discórdia entre as corporações profissionais. Tentam ludibriar congressistas e a população brasileira nesta neurose persecutória de que todos estariam tentando usurpar a profissão médica. Beira a histeria coletiva.
Repetem verdades estabelecidas como se fossem novidades preconizadas pelo próprio CFM, dando um ar de desconfiança à ação do conjunto de profissionais de saúde, tentando minimizar a importância destes ou depreciá-los.
Felizmente tal comportamento não reflete a postura dos bons médicos brasileiros e que empreendem esforços no bem social que podem propiciar à sua clientela. Ações multiprofissionais de saúde, se bem administradas, contribuem para a melhor e mais rápida recuperação dos pacientes.
É dever de todos os profissionais de saúde respeitar os demais profissionais, reconhecendo suas tipicidades assistenciais com decência e urbanidade.
Lastimamos a postura atual do CFM de triste embuste retórico e social.